A Cerca

Pensar nos limites criados pela resistência na discussão de diferentes ideias foi fio condutor para a criação dos objetos desenvolvidos para o desfile Diálogos.

A cerca do pasto surge como imagem ilustrativa das limitações em gerar trocas e permitir que novos conceitos sejam desenvolvidos. O título traz paronomásia com o que se tem a volta, cenários próximos e simultaneamente absurdamente distantes.

Numa paisagem como as fazendas de Ribeirão Preto, minha cidade natal e endereço do desfile, desdobrei em forma de objetos contemplativos as cabeças que mais uma vez permeiam entre corpo e ambiente e provocam com suas faixas de latão um bloqueio proposital.

Uma chamada para as contradições vividas ainda em pleno século vinte e um. A falta de interesse por realidades, vivências e condições diferentes mantém prisões de suas construções pessoais. Mergulhados na lógica vigente estipulam uma conduta absoluta sem diversidade. Uma perda irreparável de expansão. Um separatismo cruel. Para os dois lados desta cerca.

[A] CERCA é um grito.
A cabeça - centro dos olhares sociais - é usada como instrumento do discurso onde proponho uma pausa para se pensar. Ouvidos atentos, escutas empáticas e uma reflexão transformadora sobre novas possibilidades de ser.